Em tempos de crise, como lidar com a MURA (Variação da demanda).

Sempre que uma empresa passa por momentos de crescimento significativo de demanda, executivos se deparam com o dilema de fazer novos investimentos em infra estrutura e em pessoal ou  desenhar um novo plano estratégico que sequer tem tempo de ser revisto.
E então investimentos são feitos sem, no entanto assegurar uma utilização TOTAL do que já existe.
Daí surgem efeitos colaterais , tais como , sensação de perda de controle, falta de métricas que realmente ajudem a empresa a entender o que está acontecendo, e principalmente a certeza de que os processos precisam ser revistos para esta nova realidade.
A visão fica focada na execução e entrega deixando-se esquecer o efeito MURA (variação de demanda).
O processos das empresas devem ser construídos focados não somente nos resultados, mas na medição dos processos em si, onde possamos monitorar o trabalho em processo (WIP) e identificar o comportamento da demanda deste processo, o que nos dá a flexibilidade e visão de como pro-ativamente identificar variações que podem compromenter a performance e os recursos alocados no processo em questão.
Nos deparamos hoje com uma potencial MEGA MURA (grande variação de demanda) em função da crise mundial e os ofeitos cíclicos que estão por vir colocarão as empresas em dificuldades para gerenciar recursos materiais e humanos.
Empresas que já iniciaram a sua jornada LEAN-SIX SIGMA já descobriram que a existência de processos enxutos, alta utilização de recursos materiais e flexibilidade no uso dos recursos humanos através do aculturamento das equipes, funciona como uma blindagem à variação da demanda, na medida que cria fluxos contínuos do processo, com tarefas que agregam valor, visão objetiva dos objetivos operacionais, processos puxados em toda sua cadeia de suprimentos reduzindo estoques e recursos.

Barak Obama , a respeito da crise da indústria automobilística americana, disse esta semana que a ajuda do estado virá desde que as empresas repensem seus conceitos de produtividade e sustentabilidade.

A Toyota com  o Sistema Toyota de produção, sabe mais que ninguém que o segredo está na criação de cultura e na visão de um processo que saiba monitorar as variações de demanda e consiga pro ativamente identificar ações para manter a estabilidade dos processos, ao invés de medidas traumáticas  como corte de ativos e eliminação de mão de obra.
Quanto custa montar e desmontar equipes e infra estrutura em função da variação de mercado ? Será que não vale a pena uma imersão nos processos no seu nível mais detalhado, repensando seus valores e buscando criar processos onde a eficiência de gestão crie uma empresa focada no real valor agregado ? Ou vamos dirigir o leme do barco apenas olhando os números, de forma macro e imediatista para criar resultados aos acionistas?

Na verdade o acionista quer é a perenidade da empresa e dos seus ativos e isto só se faz com um modelo enxuto de processos .

 

Daniel Maçano Junior
Consultor da IT4LEAN Consulting.
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